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Brasil busca benefícios fiscais para o setor de energia, gerando debate “verde” versus petróleo

Sep 02, 2023

[1/2]Manifestantes participam de protesto a favor do uso da energia solar em frente ao Congresso Nacional em Brasília, Brasil, 8 de junho de 2021. REUTERS/Adriano Machado adquirem direitos de licenciamento

BRASÍLIA, 31 de agosto (Reuters) - O governo do Brasil pretende tornar mais projetos de energia elegíveis para benefícios fiscais importantes, no entanto, os principais ministérios envolvidos discordam sobre se devem favorecer uma agenda "verde" ou incluir projetos de petróleo e refinarias, de acordo com um alto funcionário e um documento visto pela Reuters.

O governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu liderar uma transição para fontes de energia renováveis ​​de próxima geração, mas ainda está empenhado em desenvolver uma indústria petrolífera liderada pelo Estado.

O último ponto de discórdia é uma proposta de decreto que expande o regime fiscal REIDI, que agora favorece projectos seleccionados de infra-estruturas, incluindo produção de electricidade, redes eléctricas e instalações de gás natural. No ano passado, mais de 500 projetos energéticos qualificados receberam cerca de 9 mil milhões de reais (1,85 mil milhões de dólares) em isenções fiscais.

O Ministério das Finanças propôs que uma gama mais ampla de investimentos na transição energética do Brasil - desde biocombustíveis e hidrogénio verde até à captura e armazenamento de carbono - deveria qualificar-se tanto para benefícios fiscais REIDI como para benefícios fiscais no mercado de títulos privados.

Os incentivos fiscais propostos fazem parte de uma agenda mais ampla para uma “transformação verde” da economia brasileira, que incluiria a criação de um mercado regulamentado de carbono e a emissão dos primeiros títulos soberanos “sustentáveis” do país.

Contudo, altos funcionários do Ministério das Minas e Energia estão a pressionar no sentido de alargar os incentivos para incluir refinarias de petróleo e instalações de armazenamento de combustível. Numa reunião com funcionários do Ministério das Finanças na semana passada, mostrada nas suas agendas públicas, eles enquadraram o assunto como uma prioridade estratégica à luz dos preços mais elevados do petróleo durante a guerra na Ucrânia, disse a fonte.

No ano passado, o Brasil importou 28% do seu diesel, um combustível essencial para um país fortemente dependente do transporte rodoviário para distribuição.

Funcionários do Ministério da Energia argumentaram que uma abordagem demasiado restrita dos benefícios fiscais reduziria os investimentos em petróleo e gás, apelando numa nota técnica para expandir os incentivos à exploração, produção e transporte de petróleo e gás natural.

“O refino de petróleo continuará a ser fundamental para garantir o abastecimento por muito tempo, por isso é fundamental que os projetos que visam a descarbonização do refino sejam prioritários, pois estão aderentes à transição energética e à segurança energética”, escreveram funcionários do Ministério de Minas e Energia no documento. “Os investimentos em refinação podem ser usados ​​no futuro para converter refinarias em biorrefinarias”, acrescentaram.

O Ministério das Finanças não quis comentar. O Ministério da Energia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A petrolífera estatal brasileira Petrobras (PETR4.SA) previu a produção de petróleo para as próximas quatro décadas, ao mesmo tempo que aumenta os investimentos em energias renováveis. Quando Lula assumiu o cargo em janeiro, seu governo sinalizou o retorno dos investimentos em refinarias para a Petrobras, após anos de desinvestimentos.

A Petrobras também desencadeou a maior controvérsia ambiental no novo governo de Lula com um plano de exploração de petróleo perto da foz do rio Amazonas, provocando debate entre aliados “verdes” e defensores do desenvolvimento regional de petróleo e gás.

Os reguladores ambientais rejeitaram o plano de perfuração, alegando discrepâncias nos estudos ambientais, mas a Petrobras está recorrendo da decisão.

($1 = 4,8680 reais)

(Reportagem de Marcela AyresEdição de Brad Haynes e David Gregorio)

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